22 de janeiro de 2009

Há dias e dias...


Há dias em que tudo parece um pouco mais esquisito.

Há dias em que as cores variam. Há dias em que a luz do sol não penetra a atmosfera com tanta facilidade. Há dias em que tudo o que me rodeia é semelhante a um nada. Há dias em que os desenhos ficam tortos no entanto parecem perfeitos no dia a seguir. Há dias em que rio. Há dias em que choro. Há dias em que a lua está cheia porem em outros a sua cor não se distingue do azul-escuro do céu.
Afinal, há dias e dias, mas nunca deixo de ser eu. O sol continua a brilhar lá no céu, os desenhos podem não ser todos iguais mas a arte e a inspiração estão lá. Os textos que escrevo podem nem sempre ser bonitos mas eu continuo a escreve-los. E depois de todas as confusões dos meus dias vejo que tu sempre estiveste lá para me ajudar a tornar o dia um pouco melhor. Sem ti os dias seriam apenas dias... E contigo o que serão? Sim, continuam a ser dias, mas com aquele sabor especial.

Obrigada, meu "Dia".

21 de janeiro de 2009

Acreditar.


Perguntei aos céus se podia voar. Eles responderam que não.

Perguntei a lua se a podia guiar. Ela negou.

Olhei a erva fresca, quis saber se nela me podia deitar. Não me permitiu.

Quis saber se era bonita, mirei as águas do rio. Mostraram-me a escuridão.

Quis saber se ele me amava, perguntei a uma bruxa. " Nunca te amará"

Aos poucos senti-me constrangida com as respostas que ia recebendo. Corri para a colina mais alta. Desenhei no céu umas asas. Saltei. Voei por entre vales e rios durante horas. Olhei o céu. Ele disse que não podia voar... Poder não podia bastava quere-lo e conseguiria. Chegaria a todo o lado. Mas não era a perguntar que o faria. Sorri-lhe. A Lua ia aparecendo. Dissera-me que eu não conseguiria guia-la. Voei pelos céus e a Lua atrás de mim vinha. Podia leva-la por onde andasse e ela sempre me iluminaria. Mas se desistisse quando me negou, também não conseguiria. Bastava-me acreditar. Aos poucos fui descendo. Alcancei o solo. Tropecei, rebolando na erva humedecida. Afinal sempre me podia estender sobre ela. Se não o tentasse não o saberia. Suja de terra e satisfeita, banhei-me nas águas do rio. Ele apareceu por entre árvores. Disse-me o quão era bela. Disse-me que nem a beleza das águas em que me banhava conseguiam alcançar tal perfeição. Olhei-as. Sorri-lhes. Eram belas. Mas eu também o podia ser tal como qualquer um. Tinha que acreditar em mim e transmitir o que sinto para a aparência. Seria a mais bela desde que não parasse de acreditar e começasse a questionar. Ele despiu-se, banhou-se comigo. Fizemos amor. Perguntei-lhe se gostava de mim. Ele negou. Senti-me outra vez entristecida e desvalorizada. Sem poder. Sai da água. Ele agarrou-me o braço. " Espera! Eu não gosto de ti. Eu amo-te! E não o tens que questionar. Abri-me para ti. Senti-te. Fiz-me teu. Mostrei-te que te amava sem me perguntares nada." Entendi, as perguntas de pouco me serviam. Tinha apenas de acreditar, nunca desistir. A verdade é algo relativo. Somos nós que criamos as nossas verdades. Entendi naquele momento que os céus, a lua, o rio, a erva e a bruxa, tinham razão. Mas não eram as suas regras que tinha que seguir, as minhas regras teriam que ser ditadas por mim. A questionar não iria a lado nenhum. Podia voar, podia guiar a lua, rebolava na erva sempre que quisesse, era bela e amava-o. Era a minha verdade e por muito que mo negassem eu iria sempre lutar para conseguir aquilo que queria.

20 de janeiro de 2009

Um dia...


Um dia, eu fechei os olhos para não mais acordar.
Um dia, a minha luz simplesmente fundiu.
Um dia, o mundo calou-se num silêncio total.
Um dia, um manto de mágoa cobriu tudo em que podia tocar.
Um dia, deixei de sentir.
Um dia, tudo o que era branco virou negro, e o que era negro assim ficou.
Um dia, tentei respirar mas o ar já não passava de poeira.
Um dia, quis deixar de existir.
Um dia, tu partiste.

14 de janeiro de 2009

A escrita.



As palavras fluíam consoante a tinta da caneta
E ai se abria mais uma janela da alma.


Os borrões iam preenchendo a saudade
As pequenas letras agrupavam-se em episódios de uma vida
Gritando para esconder o branco da ignorância
Somente as linhas explicavam o que era a dor de uma ida.

O corrector escondia os traços
Os erros eram esquecidos
Relembrando os longos amores perdidos,
Com as orações se iam establecendo laços.

Pinto o menino de cabelos doirados
Na letra perfeitamente definida
Faço da caneta minha amante
E sigo com ela os rumos de minha vida.

Um preto que mancha a realidade quase sórdida
Um mundo que se abate e logo se mágnifica
E isto não passa de um pedaço de folha
E de escrever babuseiras, por aqui a tinta se fica.


As palavras deixam de nascer
Mas a alma ainda brilha.

A ti, Sara


Tenho-a na memória.
Tenho o perfume daqueles traços morenos na alma.
Sinto o profundo daquele olhar e daquela perfeiçao.
Aquele sorriso de luz,
Aquela alegria.
É a pessoa que irradia o mundo.
Nas lembranças está a forma daquela melhor amiga que nunca esqueço.
Hoje vi-a chorar.
Hoje vi-a perder o solo que a sustenta.
E sentia, sentia eu que o céu gelava,
Que a agua já nao corria, que a natureza já nao vivia.
Ficava minha alma só na posiçao de casa acolhedora.
Só para lhe dar conforto, só para lhe dar calor.
A menina de cabelos bonitos e olhos escuros
Já nao brilhava, já nao fluia.
Oh minha doce criança que me dás o tempo,
Por onde te perdeste?
Quero-te bem, quero dar-te um pouco do amor que me dás.
Diz-me como te ajudar,
Diz-me como te trazer de volta da memória de volta para mim, para nós.
Berra comigo!
Brame qualquer tipo de dor!
Minha peqenina, vê o sitio que nas lembranças me criaste.
Faz-te a vida outra vez.
Espero pela metamorfose da minha borboleta.
Assim aguardo que te acolhas de volta nas minhas memórias.
Tu és a menina mais bonita do mundo.

8 de janeiro de 2009

Início.


Um mundo de fantasia com um céu pintado de aguarela.