25 de outubro de 2009

A Sad Song


Desenho as claves nas pautas despidas e a melodia vibra em cada pedaço de mim.
Canta-se o novo mundo, que aos poucos vou descobrindo.

Penetro nesta planície de condão,
Percorro-a, num olhar, até ao infinito,
O nada que receei permanece incerto,
E sigo meu rumo, caminhando sobre tudo aquilo em que acredito.

Nada faz sentido,
Nem o sonho, nem poesia.
Perdidamente acreditei no que não podia,
E transformei a incerteza nesta vasta maresia.

Cifrei sentidos em palavras.
O quão me tentei desprender…
Mais uma passada em rumo à escuridão.
Tornou-se o calor que não queria esquecer.

Não passavam de miragens,
Os momentos em que os olhos cerrava.
Passeava na sua face com a ponta dos meus dedos,
E ia assim descobrindo uns quantos de todos os seus segredos.

As asas desaparecem,
Os pés descalços pousam no solo frio.
Volto a mim na sinfonia que não desvanece.
E na dúvida todo meu ser permanece.

Quero acordar.

16 de outubro de 2009

Um momento


Às vezes, não há razão que o explique ou palavra que o descreva.
Sei que me envolve e me prende, que não vai nem desvanece. Fica marcado em cada passada que dou sobre a areia lisa, enquanto o penso, mirando as águas no seu eterno bailar. Sabe a maresia e soa consoante os acordes da guitarra.
É o calor que me envolve numa noite de gelar. Uma luz no meio do nada. Um suspiro numa noite de sonho acordada.
Vivo-o de olhos postos no infinito. Sinto-o como uma melodia que toca dia e noite em minha alma, querendo-o sempre mais.
É um misto de sonho, de cor, de mar. Um universo de miragens inconstantes que me levam a planar nos mais azuis dos céus.
É o meu mundo de fantasia, o encanto de todo o meu existir.

4 de outubro de 2009

Efeitos


Respiro, revolto-me, penso-te.
Emaranho-me num distúrbio de sentimentos.

Corro, paro, miro-te.
A respiração acelera, o coração ressalta, és tu.

Berro, grito, vibra o silêncio.
Canta agora mais alto a loucura que festeja a tua presença.

Tento pensar, tento a agir, nada se move.
O medo envolve a minha alma, perco-me na imensidão que é a dúvida.

Um espasmo, uma fuga, dois caminhos.
O que hei-de fazer?

Finjo saber, finjo esquecer, finjo acreditar.
Não, ainda cá estás.

Não posso, não o pretendo, necessito-o.
Permaneço em transe.

O tempo escasseia, o mundo não pára, a alma sonha.
Quero-te.