7 de novembro de 2009

Não te pertenço.


Paira no ar o último acorde. Silencia-se a melodia. O Sonho vai-se.
Liberto-o dos meus braços, da minha fé, de tudo aquilo que sou… E deixo-o partir, quando é ainda o que mais necessito.
A cada passada sobre o solo gélido renascem as miragens, a mágoa, a fantasia. Quando apenas as lágrimas aquecem minha a face, a alma morre levando consigo a crença. A dor envolve-se em mim.
Porém, paro. Questiono o rumo que tomei, o mapa que ao seu mundo me guiou. E… De que me vale sonha-lo se não o posso alcançar? De que me vale quere-lo se é apenas um esboço do desejo?
Dispo-me do véu do medo, desta permanente agonia. Basta.
Apaga-se a luz e com ela o nome, o cheiro, a imagem. Não o quero mais.
Rompo qualquer laço que me prenda e liberto-me, não só de ti, mas de mim.
Desvanecem as pegadas já traçadas e abre-se um novo caminho. Olho para trás, revejo o mundo que em tempos me acolheu e se apoderou de meu ser. Sorrio à verdade “Não és meu. Não me pertences.” Ainda bem…
Miro o céu estrelado, o começo da nova Era. Um novo cheiro, uma nova luz, o conforto… Uma gargalhada. A cada segundo, sou minha novamente.
E rio “Não sou tua. Não te pertenço”. Não mais.